30 de dezembro de 2009

Ich bin dich!

Quando ela percebeu que poderia entender todas as meticulosas trajetórias de sua vida, ela pensou mais firme, e pode calcular que daqui a alguns dias tudo podia melhorar, porque a lógica mantinha um caminho tão previsível e grotesco que seu coração podia bater mais ao ler um nome, ao respirar aquela incógnita, ao pensar sem querer estar pensando. Aquilo parecia mesmo irreal, e imaginário demais para ser verdade.
E se evitasse aquilo entrar nos seus sonhos poderia facilitar a resolução de um problema mais futuro, sim, pois os sonhos concretizam muitas vezes desejos irrealizaveis, nos fazendo acordar com aquela pontadinha de satisfação e esperança do que não estar por vir.
Ela pensou que pudesse então fazer algo pra mudar. Pensou então que pudesse se ocupar com milhares de formas bizarras de tarefas, só pra se divertir com sua própria criatividade, mas no fim acabava por cair no mesmo indesejado lugar. Por quê? Porque o seu inconsciente ainda estava repleto daquela imagem, idéia, desejo, e no fim, insconcientemente, todas suas ações a levava ao lugar e sentimento que ela mais tentava fugir.
Quando ele percebeu que tudo o que não queria era deixar de tê-la por perto, ele repensou e repensou e repensou, todavia, não pode chegar em lugar algum pois sua sinapses não o levava a lugar algum há algum tempo.
E ainda assim, ela continuava a lutar pois já havia entendido que após varias batalhas com você mesmo. Batalhas vencidas. O que sobra são mais batalhas, mais complexas e superadoras. No fim, no fim, nunca se tem o que perder, e sempre há muito o que se tirar dessa troca.

15 de dezembro de 2009

AUGE

Pode ser que o mundo perca um pouco mais de sentindo quando tentamos racionalizar as cosias. Perguntamos todas as perguntas fundamentais, e a partir daí percebemos que estamos perdidos num emaranhado de nós sem saída, não tem saída. Podemos então continuar racionalizando em busca da resposta, por que perder o momento a vida? Por que pensar e pensar para tentar responder?
Somos dotados de dons fantásticos, os quais só podem ser percebidos e admirados quando os usamos, melhor, quando vivemos. E afinal, o que é vida? Uma vez ouvi um homenzinho muitíssimo inteligente dizer simplesmente: "viver". Isso, porque não se sabe o que é vida sem estar completo nela, e todas essas perguntas nos tornam amorfos, sem vida. Como decifrar a vida sem vivê-la? E é esse meu ponto!
A c r e d i t o q ueocami n h o e s t e j a e r r a d o.
Nós caminhamos cada vez mais para o meio do emaranhado. Dessa forma nos emaranhamos também. Uma informaçãozinha aqui, outra ali. Enquanto podíamos estar andando livremente, deixando nossos instintos mais profundos se manifestarem, deixando tudo que tem aqui dentro preso sair. SAIR DE DENTRO.
Sim, a resposta tá dentro de nós mesmos. Nós, pelo menos até onde eu saiba, somos a mais bela e perfeita criação da natureza, juntamos milhares de habilidades em um corpo e temos inteligência e consciência para desenvolvê-la além disso. Um balé, ginástica rítmica, nado sincronizado, um pianista, e tudo aquilo que vai saindo de dentro desse corpo.
Comum a mim, e a você.
Deixando o que existe aqui mesmo brotar, vamos vagarosamente entendendo parte por parte. E ao invés de entrarmos no emaranhado, olhamos o todo, vemos o melhor caminho, puxamos um fio e tudo se desfaz. Todo o entendimento que faltava se funde. O AUGE .
É isso.
Não adianta. O caminho para entender o universo, a vida e tudo mais. É o caminho para dentro de nós mesmo.

*Observação: O corpo e o que ele esconde.

24 de novembro de 2009

Abrir os Olhos

Você segue o seu caminho até que a próxima porta se abra, seu conhecimentos sobre como é aquele lugar são praticamente nulos. Mesmo que o gancho com um ponto esteja pairando sobre seus ouvidos e mesmo que várias vozes sejam ouvidas ao mesmo tempo pelo próprio, não há nada mais importante do que abrir aquela porta. Surge uma cor enegrecida, quase não perceptível a não ser pelo fato de que tudo que é claro ficar escuro naquela luz e por coincidência você está usando uma camiseta branca.
O preto pode não ser algo muito agradável a nossa memória, pois tudo que é escuro e enegrecido atrai o ruim pela visão que mais domina o mundo(a cristã); porém, nos momentos de maior relaxamento de nossas vidas, o preto é o que domina, o preto é o que buscamos. Fecham-se os olhos e toda a clareza fica negra e sombria, vozes vem e voltam e o que mais se deseja é a calma e o descanso, um momento para não se pensar em nada. Nas noites mais escuras, todas a criaturas aproveitam para fazer o que gostariam sem serem vistas, como um profundo momento de liberdade.
Essa luz eloquente vem como uma praga que se manifesta em crianças do primário, te suga e te faz sentir um pouco menos de você mesmo. Seus sentidos se espalham pelo espaço-tempo, nada. Você abriu os olhos! Não! Não se pode abrir os olhos numa hora dessas! O que acontece com todo o resto? Era aquela a porta que te levaria pro melhor dos lugares.
A consciência humana é bem maior do que seus próprios atos. Um momento de deslize e toda a tragédia segue em sua direção, embora não haja tragédia suficiente para tal nome. Sua hábil consciência quer que você acorde dessa recaída, para parar de ceder àquilo que te chama.
Você abriu os olhos, defesa fenomenal! Agora é a próxima etapa.

17 de novembro de 2009

O cilindro mágico

Ela sente que tudo o que deve fazer é seguir. Sobe no prédio mais alto que pode, olha no horizonte e avista o próximo local pelo qual passará. Seus pés não vão se deslocar até o ponto onde ela traçou seu destino. A terra vai girar, e logo logo ela estará ali, querendo ou não. Como se pudesse existir algo que voa e não gira junto com a terra, e este algo completaria uma volta ao mundo em um dia. O objeto mágico, estava no horizonte ainda, e logo ela chegaria até ele sem gastar um só passo.
Aquilo tudo era muito maior do que uma menina. Como se faz para parar a Terra, os Astros e todo o Universo só pra você ter um tempinho pra pensar na sua vida e nas suas decisões? O que escolher. Por que escolhi? Ela sabia que até alcançar o objeto não restaria muito tempo pra pensar, pra se acostumar com a idéia. E mesmo não tendo tempo ela teria que seguir custando o que fosse custar.
A concentração era rarefeita pois logo surgiam aqueles pensamentos, revivia suas escolhas, suas ações e reações. O objeto já não estava mais no horizonte. Em poucos minutos estaria ali.
O que fazer quando suas idéias colapsam, suas forças acabam, e você ainda não encontrou a forma de parar isso tudo? Um suspiro fundo fez ela cantar suavemente até que o objeto a ouvisse: "Quero acordar disso tudo..."
Um brilho ofuscante começou a ser gerado pelo cinlindro mágico, era tão intenso que só se podia enxergar um imenso branco, um nada prenchido pelo vazio.
No dia seguinte ela acordou, levantou-se da cama e aquele cilindro estava ali, deitado sobre a escrivaninha. Mas desta vez haviam letras esculpidas em sua lingua materna: "Se queres que o mundo pare, o que sobra é um imenso e branco nada. Mas se queres acordar e entender, o que sobra é o tempo e o espaço para se decifrar. Bem vinda a realidade, aqui o tempo nunca pára e o espaço sempre muda, essa é a regra."
Ela decidiu. Ela decidiu ir em busca da razão da existência, ou algo que ainda não entendeu .Um bom motivo para reolhar o mundo.

31 de outubro de 2009

O que você pensa enquanto corre?

Toda vez que você corre você sente um friozinho na barriga, o seu suor escorrer e seu auto sustento o torna cada vez mais forte e preciso. E esse vento que bate no rosto é tão sereno e tranquilo, que a respiração fica mais leve como fumaça de cigarro num trago. Você quer ser mais no seu dia-a-dia, por isso você corre. No decorrer do caminho pessoas o observam, elas vão passando tão rápido que fica difícil de reconhecê-las.
Eu queria que ele tivesse me dado aquela rosa. Estava tão delicada que parecia ser feita de veludo. Por que ele levantou as mãos com o vento da brisa e as apontou para mim? Os cabelos me esvoaçavam, parecia magica para me fazer fora de mim. Sorri um riso tão largo que fez um som igual aos gritos de Janis Joplin. Olhei tão firme nos olhos que seu cintilar fizeram da minha alma de turva, algo cristalino. Por que ele seguiu fixo e a entregou para o outro? E então aquela rosa se transformou no presente que eu sempre quis ter ganhado. O mesmo vento que havia me bagunçado cessou instantaneamente.
Você decide parar um momento pra pensar se é aquela mesmo a direção que você quer seguir. Senta na pedra de mármore (friiiaa) enquanto seu suor goteja entre as suas pernas. Pode ser esse o momento fatal. E seus pensamentos não estão mais ali. O respirar te fez chegar em um estado oxigenado em que todos seus desejos viram imagens.
Aquele brilho intenso consumia segundos do meu sono, sempre antes de dormir, e quando dormia sonhava com eles. Sonhava com a rosa vindo para mim. Ela vinha girando no ar e alcançava meu rosto com um de seus espinhos, mas não sangrava.
Você se aquece de novo. Alonga a coxa, costas, peito, pula gradativamente mais alto, e quando menos percebe chega a dois, três, quatro metros do chão.
Eu desenfincava a rosa de mim.
Toda vez que você sobe é vento vindo de cima, e toda vez que desce o que vem de baixo ficar tão veloz, que as bochechas se erguem. Leveza! Leveza!
Eu queria ter estado lá aquele dia pra mudar o que eu fiz. Não mudei. Então agora preciso aguentar a ferida e fugir dos meus receios.
Ela era meu sonho.
Você voa. Você não quer mais parar de voar.

22 de outubro de 2009

Sozinha...

O que pode ser tão solitário nesse mundo onde nem um pouco solitário somos? Posso comprar uma casinha nos Alpes Suíços, ou mais possivelmente, nos Andinos, e dizer que sou solitária por natureza, que basta para mim me sustentar, com algumas ovelhinhas em volta, sem perspectivas. Ilusão.
Posso escrever muito, e mesmo assim notar que mesmo querendo que todas as pessoas do mundo leiam as minhas palavras, apenas meia dúzia de meia dúzia de bilhão as leem. Curioso.
Posso me considerar sozinha porque poucos me ouvem, porém, preciso lembrar de fechar as cortinas antes de trocar minhas roupas. Eu grito numa noite escura a fim de que alguém me ajude a entender os passos que dou (escolhidos por mim), ao passo que discuto minhas decisões com a primeira pessoa que aparece disposta a ouvi-las.
O interessante é entender que a solidão é a única que nos acompanha constantemente, e é aquela que oportunamente nos domina quando não trocamos olhares, ou quando não conversamos com alguém. Ser paradoxal. Nos acompanha quando não há supostamente ninguém, e nos convence de que não há mesmo ninguém, quando na realidade temos ainda o resto da meia dúzia de milhão para nos socorrer. Todavia, será que esse denominado "resto" quer mesmo nos ouvir, ou que de fato, o que as palavras da solidão indicam fazem sentido?
Às vezes me convenço, mas minha pequena mente otimista não se deixa convencer por muito tempo. Posso querer dizer que estou sozinha, mas minhas palavras são fruto do que acabei de ler de outros blogs, do livro que leio, e do jornal das manhãs. Pois aquela oportunista não me inspira a continuar, e não me traz as palavras as quais escrevo, não me deixa triste nem feliz a ponto de eu possa transcrever minhas sensações. Indiferente, eu diria. Apenas um tecido conjuntivo para preencher os vazios da rotina. Sozinha eu sou? Talvez algum dia, só da boca pra fora.
Procuro dizer: produto de todos aqueles que me alimentam, somado as reflexões da minha solidão oportunista.

13 de outubro de 2009

19

Assisti nas semanas passadas peças de 20 anos do companias teatrais brasileiras, entre elas: Armazem Cia. de Teatro, Compania do Atores, Galpão, entre outras.

Estranho pensar que são 20 anos de Compania. Cada um com seus trinta, quarenta, ou mais em anos de idade, dedicaram suas vidas durante mais do que vinte anos para fazer um teatro que não exagera em imitações, e se limita a mostrar palavra por palavra para compor qualquer sentido que passe pela cabeça de um ouvinte. Movimentação marcada, partitura de ações fidelíssima, tudo para expressar e viver um momento que para eles é mais que rotina, e para nós tão particular e incomum.
É como uma mensagem que se arrastando mostra que se pode fazer muito com pouco tempo, e simultaneamente, que para ser muito, precisa-se de muito tempo . Se você estiver de pernas pro ar nada acontece.
"Quero virar um astro rápido!IUUPI!", diz o menino sonhador, "Põem seu nome numa estrela!! Mas não garanto reconhecimento!", responde o velhinho sábio. Um cocô de pombo pode cair na sua cabeça, mas dinheiro e sucesso nunca.
20 anos é mais do que eu viva, e é um terço da idade do meu pai, contraditório.
Muito ou pouco, não sei.
Um engenheiro x : passa vinte anos dentro de seu escritório, idealizando algo que concretiza. Estuda, cadeira, livro, faculdade, estágio, promoção no emprego, 3.000 reais, 4.000 reais, 20.000 reais, e cresce, cresce a medida que sua experiência se afirma diante daqueles considerados medíocres. Ele passa vinte anos de sua vida, aperfeiçoando sua própria técnica de acumular: cargos, money, geld, money, cargos, bufunfa...

São 20 anos. E eu tenho 19.
Em vinte anos, quem sabe as coisas evoluem, e como.
Ganhei aquilo que pode se chamar de escolha, "livre" escolha.
Daqui a 20 poderei dizer: "Sei vivenciar algo que parece novo todos os dias.", ou então, "Sei acumular cargos e bufunfa...(lendo repita essas duas palavras 20 vezes)".

3 de outubro de 2009

É nesse ponto da vida :

Estou chegando nesse ponto da vida.

Em que a lógica da lógica do ser humano não faz mais sentido, sabe? É, eu sei que não sabe. Que o príncipio da vida não passa de devaneios da alma, momentos de felicidade, dedicação para viver do que se ama. Que o dinheiro pode ser tudo, e na maioria das vezes nada. Porque pra tirar um sorriso daquele rosto eu não preciso de dinheiro, pra rir da piada mais cafona e gargalhar da história de vida do outro eu não preciso de dinheiro. Para aprender a respeitar as pessoas, eu posso precisar de dinheiro, como educação. Mas respeito por respeito é uma questão de princípios, religiosos ou não religiosos, educacionais ou não, por fim, princípios intuitivos.
Matar não é bom e todo mundo sabe, não preciso da bíblia para saber disso, muito menos do dinheiro. Mas enfim como se vive?
Vi hoje um moço que andava na rua de vagar, devagar, a vagar. Não conseguia subir a rampa de 20 cm da calçada, eu ajudei, perguntei o que precisava. Simplesmente o seu destino era andar o mais longe que pudesse, um questão de 500 m, encostar no objeto mais próximo dormir e talvez ganhar uns trocados de uma alma piedosa. Era o começo de um mendigo, pois ainda falava e reclamava, pois ainda se vestia bem, sem sujeira suficiente. Podia ser meu avô, meu pai, eu. E assim, com uma renda de centavos por dia, como que se vive?
Uma questão de desejo, de vontade, porque eu quero quero quero quero quero! Eu querro ter uma casa, eu quero ter um carro, eu QUERO CONFORTO NA VIDA - é para soar como um grito. Por que você sempre quer algo? Eu quero um conforto nos momentos de tristeza. Eles já me convenceram que a tristeza é um constante da vida, e a felicidade ápices de emoção, acredito na verdade que haja algo ainda não identificado aí no meio, como uma feliteza ou uma tristicidade. Algo que paira pelo meio. Calmo, sereno, algo que permeia nossas vidas por tanto tanto tempo, que somos capazes de denominá-lo felicidade, ou até tristeza, ou nenhum dos dois. Contudo, em meios a uma solitária tristicidade, o conforto, que eu grito, acalma a minha alma.

Um dinheiro para eu poder ter uma cama, uma vida digna.
O resto sou eu mesma quem faz.

24 de setembro de 2009

Neu

Buscar.
E os mais sábios dizem que basta buscar, seguir o caminho, passo a passo rumo ao desconhecido. Como ir a busca de um destino sem saber qual o caminho certo a se tomar? Posso parar nessa pergunta, estagnar, não tentar seguir o caminho da direita, nem o da esquerda, nem o da frente e o de trás. IUUUPIII!
Eu PARO? Só isso? Eu simplesmente canso de buscar e me acomodo no lugar mais cômodo cruzo as pernas, os braços e relaxo, infinitamente.
Ignorar os sábios não parece tão sábio. Ach so gehen wir an, versuchen wir etwas neu, unterhalten, schreiben, schreiben immer schreiben. Und es gibt immer jemand um etwas neu zu sprechen. Decido, não me acomodo ao cômodo, é por demais cômodo, irrita, me faz ofegar , mesmo durante uma aula de "mecânica". E toda essa sensação e atmosfera em volta, te chamando para o que é demais óbvio, mas não completamente aceitável. Procura, revira, volta, chama, grita, pelo amor de Deus alguém tem uma resposta!!?!! A marca da cabeça na parede começou a formar um buraco - contudo não desista - você chora, você grita, você corre, você canta o vento na janela do ônibus, e quando as pessoas andam na rua de mãos dadas é magnífico! Toda essa propriedade que existe em nosso corpo, ele só não se limita a deixar sua voz falar por todo o seu ser; o corpo comunica silenciosamente sua própria opinião das coisas - como se houvesse você dentro de você. E aquilo que não se pode falar com palavras ele fala sem elas. Aquilo que se pergunta ele responde. Um samba, uma bossa, algo suave que chega devagar e te detona por dentro, bienvenue ao resultado, a resposta da sua pergunta, ao esforço do seu trabalho.
Procurando a resposta das mais essenciais perguntas, procurando incessantemente a resposta para cada enigma apresentado pela sua vida, pela sua escolha, pelo seu futuro, procurando vai-se um dia encontrar a solução. Acredite, esse dia chega.
Agora mais do que nunca entendo a diferença do que foi trago por aquilo que me chama.
Finalmente.

18 de setembro de 2009

Crescer

A cima de mim mesma o que vejo é um vasto campo inundado de grama alta e cortante, qualquer lado que cresce em mim encosta no campo, me arranha, me feri. Cada momento de alegria é causa de um de tristeza, pois a alegria mostra que a dúvida mora no prazer da alma. O que me faz completa?
Percebo que ando em um caminho para uma encruzilhada, o que fazer? Esquecer, evoluir até minha completa exaustão. Se meu mundo é preenchido de pensamentos, de miragens do que estar por vir, o que me resta é fazer tudo aquilo em que acredito, aquilo que me respira, que me sulga.
Tentando ir fundo em cada olhar.
Meu medo é deixar que tudo me leve de mais, e que a partir de um certo momento eu não possa mais escolher; medo de não ter escolha, tudo fruto da minha imaturidade.
Imaturidade que mata. Queria ter sessenta anos, ver o mundo como um mar de lembranças que vem e vão, andar cada passo calculado pela minha experiência, escolher cada caminho pela minha memória. Sessenta anos para olhar os jovens com apreciação, para adimirar seu brilho nos olhos fazendo o meu próprio brilhar. Sessenta anos para não mais ter que me decidir sobre o futuro dos meus próximos quarentas, pois tudo é uma consequência dos últimos quarenta já vividos.
Me faço velha querendo ser velha, mas me faço nova querendo fazer do brilho que sou o que serei. O mundo é mesmo feito de contradições, e melhor tê-las do que não tê-las.
Melhor aproveitar cada segundo dessa constante indiferença, buscando a maior das diferenças. Cada passo em busca do novo é uma nova sensação nunca antes vivida, o suspiro acalma a alma e o choro me faz pensar que o mundo pode ser melhor só com as minhas preces, o sono acalma os ânimos, e os sonhos trazem aquilo que estar por vir no meu mundo.
Um acidente fatal gera dinheiro para os repórteres, talvez uma mudança brusca geraria a cima de mim um campo de nuvens, crescer não me cortaria, me deixaria somente mais próxima de mim mesma.

5 de setembro de 2009

Re-existir

E nós aqui. Tão cheios de si. Cheios de convicções e certezas do que está por vir. Coitados.
Deixamos o "eu ego" nos dominar, e em que isso nos enriquece, quais são os lucros de uma vida cheia de si? Se o próprio EU vai morrer a partir do momento que o coração não mais bater, a partir do momento que o cérebro parar. E a vida é algo tão frágil!
Mas tão tão frágil que inventaram um pedaço de ferro viajando a 400 km/h que arrasta essa vida em segundos. De novo me pergunto por que tanto ego-ísmo ? Se o que sobra de você mesmo é o que você deixou para as próximas pessoas, o que sobra de você mesmo é a parte que não foi para o seu EU maior.
Desde o momento em que encaramos o mundo como uma troca, de experiências, de lições, de conceitos, de sentimentos, percebemos que a grande questão está entre doar e se deixar levar pelo que o outro doa. A partir disso temos o surgimento das mais belas criações da natureza: o amor, a amizade, a paixão, a diversão, a família, a alegria, felicidade; pois de fato sozinhos não alcançamos nem 7% desses estados.
Desde o momento que vejo nas outras pessoas, não um pouco, mas muito de mim, passo a re-existir. E sem resistência começo a re-nascer. E renascendo a cada momento de troca não paramos de enriquecer, o nosso olhar, o nosso andar, as nossas reações perante as situações não muito agradáveis da vida.
Ideal da minha vida: re-existir em cada nova mudança gerada pelo mundo em mim.

10 de agosto de 2009

What can I say about myself

Tem algo novo no MUNDO.
Tudo MUDA no MUNDO a medida que MUDAmos o rumo. O rumo da fala.
Os pensamentos flutuam como nuvens. O que eu posso dizer sobre mim mesma?

Àquelas pessoas que dormem na rua, que gritam e respiram fundo, porque o mundo não tem perspectivas. Àquelas pessoas que seguem sem olhar para trás, e que acreditam nas suas escolhas como se essas fossem as últimas de suas vidas.

O que eu ia mesmo dizer sobre mim?

A todos que amam, beijam, choram, que abraçam apertado, que falam Bom Dia prolongando o último "A". Àqueles que amam suas famílias e que pedem algo pra Deus sem nem saber se ele existe pois o mais importante já existe, a fé.

Já disse que queria ser mil? Eu sou mil.

O que eu sinto tem a beleza da tristeza que só o nosso velho e imortal Vinicius sabe explicar. Não sei o que dizer.

Só sei que dedico TODA minha vida a essas pessoas que fazem, que ouvem e que me ensinam um pouco a mais sobre. Viver.

1 de agosto de 2009

PODE SER que o mundo esteja mesmo ao ponto de acabar. E que as pessoas já tenham perdido a noção da maquina que está por trás de tudo.
A ESSÊNCIA e a vida caminham juntas, amigas inseparáveis, confidentes, amantes. E me emociono em ver tudo aquilo que aflora com sua essência. Como aquele menino que me pediu dinheiro pra ganhar um brinquedo na pescaria da Festa Junina, ele me mostrava inteiramente que ele queria um brinquedo. Como o moço quase nu que entrou no banco 24horas, sujo, se encolheu em um canto e dormiu. Ele só queria dormir. Só.
E ao mesmo tempo que saio e vejo tantas pessoas. Que só são empurradas ou levadas pelos outros. Que não florecem dentro de si mesmas. Pessoas cruas, no mais cruel sentido da palavra, mas adimiro ver os seus momentâneos despertar de essência, pequenos flashes que brotam e que provam que todos somo no fundo feito dela. O que falta mesmo é descobrir. E deixar.
Grande parte da minha essência ainda está escondida nos emaranhados de meus pensamentos, eles infelizmente me dominam muitas vezes. Ainda não aprendi... mas espero estar aprendendo. De repente acredito ter mudado de idéia, talvez o mundo esteja só começando.

24 de julho de 2009

Eu, I, Ich, Yo, Je

Possibilidade.
Mata aqui dentro aquilo que reside o meu ser. Sou filha de quem, neta do avô, pai e mãe se unem e fazem algo que sou eu. Fui eu. Droga, é muito louco isso tudo! De novo eu me pego vendo o tempo todo achatado. Eu me vejo velha, adulta, casada, sem dente, grávida, vejo o sucesso a derrota o medo. Tudo vem tão forte, que no fim não entendo o que sinto o que sou o que quero o que amo o que me faz viva.

E ao mesmo tempo queria parar de ser tão egoísta.

O Deus que me conforta me mostra o resto do mundo, porque o resto do mundo não tem tempo pra se questionar. O instinto de sobrevivencia é muito mais forte do que a vã filosofia.

Questionamentos por si só são vácuo. Vácuo perfeito. Nem um átomo do universo.

Pare. Respire. É o que diz a minha consciencia.

Eu, paro, respiro, choro. Porque as lágrimas são a prova da mais sincera emoção quando se está num quarto escuro sozinho e sem perspectivas. É assim que estou: sem perspectivas. Tudo é tão indiferente.

E ao mesmo tempo queria parar de ser tão egoísta.
Eu dei um real e oitenta centavos para o Big Bus Brasil hoje. Será que isso demonstra que não sou tão egoísta assim?

Por que viver sem noção do futuro do que se quer do que se ama é tão ruim?

Eu juro que tudo que faço tem tanta verdade, mas não tem certeza.

Já e x a g e r e i p o r hoje.

5 de julho de 2009

O melhor é quando fico sem palavras. Sim. Eu tento encotrá-las no fundo da minha memória. Elas dão uma razante no meu cérebro e não consigo. Forço. Penso. Paro. Onde é que ela está. Queria me referir a algo que tenha a ver com uma sensação, mas não é bem isso é algo bonito mas que tenha a ver com uma sensação. A força é tremenda, e meu corpo esquece tudo, tremo, meus dedos fazem movimentos sem o meu desejo. E mesmo assim não consigo. Não consigo porque o que eu queria de fato dizer com as palavras que não encontrei talvez não fosse mais importante do que encontrá-las. A partir do momento que me coloco a disposição de encontrar algo que esqueço, o que esqueço mesmo é aquilo que queria dizer. Porque a partir de um instante as palavras ficam mais importantes do que o sentido, ou a própria mensagem.É como se todas as pessoas do mundo quisessem dizer algo, procurando palavras para se explicar. Mas, não sobra nem um pingo de realidade. Só a imagem do que foi dito.Caminhando nas ruas, conversando com um amigo, não me retenho ao que é dito. O que é dito é banal. A não ser que haja muito menos do que palavras para se ver.

26 de junho de 2009

Queria que o mundo parasse agora. Assim eu paro e observo cada detalhe, até o broto de grama que nasce entre os paralelepípedos da cidade. Por que ninguém se vê?

Olhar.
O sopro dos Deuses também nos deu olhar, pois olhos secos por si só são apenas um imenso
vazio incompleto de sensações.
O mundo não para, nada nunca para. Não vou parar de observar as gramídeas, nem de contemplar essa imensidão.
Nunca se é jovem de mais para perceber o que não é percebedido.
Nunca se é velho demais para ignorar o que já foi compreendido.

A essência é extremamente completa. Ninguém precisa forçar para tê-la. Só deixar. Seguir.

15 de junho de 2009

Mil

Percebendo que o mundo está aqui dentro.

Pois a cada momento me surge uma vontade diferente. Já disse que vejo as fitas?
E vem o meu canto, aquela mesma música de sempre:
"Tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor."
Nem há tanta dor assim, mas muitos sorrisos. Sorrisos passados presentes e até futuros.
Já cantei e toquei a melodia de tantas formas que descubro cada vez um mundo, de possibilidades, de sentidos, de eus.
E aí vou eu com a velha história de que um ser humano, é todo ser humano. Que o mesmo que há em mim, há na mendiga que encontro na rua todos os dias desejando-lhe bom dia.
O bom dia dela é melhor que o meu, isso porque ela encontra algo que eu não encontrei. E confesso que muitas pessoas no meu dia a dia também não o encontraram.
Quero ser mil. Quero ser apenas uma. Por enquanto sou só o murmurio das pessoas nas ruas, sou qualquer um que passa, o porteiro, a vizinha, a mendiga. Sou eles e eles um pouco de mim.

14 de junho de 2009

Recriando

O que eu estou fazendo?
Eu olho, e vejo, e me re-invento: com outras atitudes, personalidade, decisões. Como se a cada momento eu pudesse ser nova, algo que nem eu consigo ser. Mas consigo planejar.
Vejo os caminhos na frente de mim, vejo os traços deixados pelo tempo que farei. E esses traços vão seguindo caminhos e se cruzam aleatóriamente, como as fitas de uma ginasta. Coloridas no tempo. No espaço.
Isso a mim parece muito concreto embora eu saiba que não é nem um pouco. Por quê?
Tudo soa tão simples. "Vai lá e vive!". Tão simples que ninguém no mundo entende o sentido dos fatos, o porquê de viver, viver, fazer e depois pó. É evidente que há algo além, ou não?
O sopro dos deuses. Esse algo que nos faz abrir os olhos por intantes, e nos faz vivos. Porém, o tempo, o tédio humano, nos acostuma com o fato de viver, porque simplesmente qualquer um na esquina pode. O capitalismo não valoriza.
E assim eu paro e me pergunto, o que estou fazendo. E percebo que caí na armadilha do tempo, a vida já era tão comum que perdeu o rumo.
Continuo a me recriar, assim vou encontrar algo que me transforme e me tire dessa cilada. Existir. Não no sentido seco da palavra. Ser completo a todo tempo. Só assim funciona.

13 de junho de 2009

Cumprido

Necessidade.

Essa é a palavra correta. Às vezes me pego esquecendo as palavras como por exemplo bifurcação. Que, aliás, é uma boa palavra para o momento.
Isso é como uma forma de me liberar, de soltar o que tá querendo florecer.
Ainda não identifico.
Sei que vai acontecer, e não quero sentir isso por muito tempo.
Se te mandarem correr em direção a uma parede até bater nela você correria?
Eu correria. Iria bater nela, por um milimetro, mas não me machucaria.
Em certos momentos parece que o poder é meu, e em outros o poder é de vocês, como dizia o capitão planeta.
Eu vejo as coisas acontecerem e não faço nada, e ninguém faz nada. Isso me apavora.
O que eu estou tentando ser? Sei que é algo que ainda não é possível.
Por um segundo eu faço um zoom out, vejo a terra e eu aqui tão pequena. É completamente estranho. Não posso pensar muito nisso. Vou enlouquecer.

Prazer em conhecê-lo. Essa sou eu.
Descupe o excesso de fluxo de pensamento, é uma pequena demonstração do que estar por vir, e a melhor forma de me apresentar.

Até Breve