17 de novembro de 2009

O cilindro mágico

Ela sente que tudo o que deve fazer é seguir. Sobe no prédio mais alto que pode, olha no horizonte e avista o próximo local pelo qual passará. Seus pés não vão se deslocar até o ponto onde ela traçou seu destino. A terra vai girar, e logo logo ela estará ali, querendo ou não. Como se pudesse existir algo que voa e não gira junto com a terra, e este algo completaria uma volta ao mundo em um dia. O objeto mágico, estava no horizonte ainda, e logo ela chegaria até ele sem gastar um só passo.
Aquilo tudo era muito maior do que uma menina. Como se faz para parar a Terra, os Astros e todo o Universo só pra você ter um tempinho pra pensar na sua vida e nas suas decisões? O que escolher. Por que escolhi? Ela sabia que até alcançar o objeto não restaria muito tempo pra pensar, pra se acostumar com a idéia. E mesmo não tendo tempo ela teria que seguir custando o que fosse custar.
A concentração era rarefeita pois logo surgiam aqueles pensamentos, revivia suas escolhas, suas ações e reações. O objeto já não estava mais no horizonte. Em poucos minutos estaria ali.
O que fazer quando suas idéias colapsam, suas forças acabam, e você ainda não encontrou a forma de parar isso tudo? Um suspiro fundo fez ela cantar suavemente até que o objeto a ouvisse: "Quero acordar disso tudo..."
Um brilho ofuscante começou a ser gerado pelo cinlindro mágico, era tão intenso que só se podia enxergar um imenso branco, um nada prenchido pelo vazio.
No dia seguinte ela acordou, levantou-se da cama e aquele cilindro estava ali, deitado sobre a escrivaninha. Mas desta vez haviam letras esculpidas em sua lingua materna: "Se queres que o mundo pare, o que sobra é um imenso e branco nada. Mas se queres acordar e entender, o que sobra é o tempo e o espaço para se decifrar. Bem vinda a realidade, aqui o tempo nunca pára e o espaço sempre muda, essa é a regra."
Ela decidiu. Ela decidiu ir em busca da razão da existência, ou algo que ainda não entendeu .Um bom motivo para reolhar o mundo.

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