9 de abril de 2010

Parque das Imagens



Quero que suas roupas me devorem
Quero que entenda
o que eu tenho pra falar
Então por que será que ela corre?

Bicicleta, pedalar seu rosto vai
Bicicleta, pedalar seu rosto vai

E aí, a musa mais bela vem
Sorrir pr'aquele que nada tem
Detonando a força que resta
Retomando a dor que infesta
Fome feia e dura a fez
Louca

Imagem a vagar neste deserto
Os pássaros sustentam seu penar
Por mais que não entenda
O seu mundo eu vou mostrar
O seu resignar é o que me move

Bicicleta, pedalar meu rosto vai
Bicicleta, pedalar meu rosto vai

E aí, a musa mais bela vem
Sorrir pr'aquele que nada tem
Detonando a força que resta
Retomando a dor que infesta
Fome feia e dura a fez
Louca

(música resultante do Post: Princesa da Grama)

5 de abril de 2010

NovoCanto

Ler coisas que eu mesma escrevi
Ler tudo aquilo que muito senti
Ler todo o vão que se alimenta em mim
Entender o mundo que se fez assim:

Ouvir da vida que me fez feliz
Gritar pra fora o que matou de rir
Fugir do agora pra encontrar a mim
Amar o tempo pra sonhar com fé
Seguir a vida mesmo sendo a pé
Focar no medo até ele ir pra longe
Pensar na vida, isso me faz distante.

Eu busco mesmo encontrar o caminho
Fio da meada que me traga o linho
Pra costurar até formar um blues
E espantar o amor que não tem luz
Um velho canto sem medo propus:

Viver e ler aquilo que escrevi
Tentar aquilo que eu não escolhi
Olhar pros lados escolher o ponto
O meu desconto é ser um novo canto
Ou tudo aquilo que eu nunca fui.

1 de abril de 2010

Vai deixando na gente...

É justamente o que o resquício do tempo vai deixando na gente, é justamente o que o mundo deixa sobre o nosso mundo de possibilidade. É a vida te avisando que falta alguma coisa pra ela ser mais bem vivida, bem amada, querida.
E a rotina vai te mostrando, cada vez mais, ser inútil lutar contra ela, porque a disciplina, essa sim é capaz de trazer o fruto do seu esforço vir a tona. E como tornar esse fruto comestível, saboroso, se a rotina usada para trazê-lo é insípida disforme, desconexa.
Por que toda vez que eu penso ter encontrado a saída me vejo saindo de uma porta que dá para outro labirinto? É como se precisássemos de muitos labirintos até encontrar a tal da maturidade, ou aquele momento em que as pessoas mais velhas te vêem como um adulto, e não mais como um garotinho.
É justamente o que o resquício do tempo vai deixando na gente. Um mar, ondas que te arrastam, tiram um pouco do seu humor, o leva para longe. É justamente o que a juventude deixa dentro dos olhos de uma criança. A alegria de ser jovem somada a dúvida do que está por vir. A esperança de que o mundo está em rumo ao equilíbrio, o desespero de não saber o que fazer para ajudar.
É justamente o que o resquício do tempo vai deixando na gente. O medo de tornar-se algo tão mais diferente, a ponto de não haver mais nenhuma esperança. Ou até, talvez, mais nada.