19 de setembro de 2010

balada da menina instável

Sou o corpo.

Gozo do estado de ser.

Repudio o alheio,

tremo a medida que

a existência preenche

as bolsas do pensamento.


Cavo fundo no ânimo estado

no humor fatídico, e todas

suas nuances são resultado

da vida aqui, sendo.


Constato o corpo o fato

ao olhar pelas janelas

ao respirar e sentir o sentimento

das coisas transpirando em sua essência.


Sou o corpo.

Gozo do estado de ser.

Mas, porém,

há o além de mim

sobrevoando

querendo dizer

que além

é melhor

que aqui

preciso partir?

15 de setembro de 2010

Relendo-se no conflito instante...

É nessas horas que um descaso vem de sua jornada originada no fim do mundo, e se encontra com você. O corpo balança e recupera e perde a esperança a confiança nas imagens que os outros te entregam. Os olhos começam a olhar para os pés e indagam as coisas. Belas e velhas coisas. Regurgitadas nas roupas após um banho quente e indiferente. Dê o comando de pause. Olha pra cima, porque há algo ali. Olha para os olhos dos outros. Eles também te vêem. Você ainda faz parte disso que chamamos de Terra, ainda respira o ar gerado pelas folhas dela. E mais do que isso. Você sente tudo ao mesmo tempo, vê, cheira, ouve. O que falta? Parar de enxergar o corpo como um cárcere, ou parar de pensar na casa cheia de quartos que tu és? Convoca-te a um planejamento e percebes que ainda não aprendeu a planejar a casa. Mas são tantos quartos! Tantas farsas, tantos óbvios desvios da essência! Se continuar fosse fácil, todos seriam felizes consigo mesmo. Apressa-te em teu afogamento, deixe que ele passe em claro. Olha bem pra suas anormalidades. Convida os olhares dos outros para uma dança no parque, e nesse lugar você não será mais casa, nem paredes, nem quartos, somente um grande imenso ser. Não vê não cheira não ouve. Puro e simples estado de ser. Como uma pedra, que é. Deixa estar por pouco muito pouco tempo, pois o resto move o resto é além de um estado estático. Você pára. Recupera, re-existe. Depois. Corre!

6 de setembro de 2010

DESCONTINUIDADES - Video Poesia



Se o teu impulso
nasce no caos do cérebro,
Conecta bem tuas sinapses.
Reverbera o elétrico som
neural faminto de mundo,
E caçoa de seus artifícios
Ri deles até que esquentem
as cavidades.

Recupera, energiza
vacila em microssegundos
Até que esgote a ânsia
de ser gente
Ser gente

Por mais
um...

Contrai, extende e puxa
o cordão umbilical,
dele vai nascer
um universo
multidimensional.

Contribui,
o som vai escapar
das narinas, e você
nem vai perceber
onde ele pode
chegar.

Gagueja e enrola a língua nos dentes
controla o impulso que não é mais
sua mente.
Ele é ação de vício,
o claro vazio do abismo,
o lugar onde não se chega
nem por mil solstícios.

Treme as mãos
Incessantemente
até poder cansar
e esquecer de ser
gente.

Só por um instante,
cérebro de infante.

Só por um ...