24 de novembro de 2009

Abrir os Olhos

Você segue o seu caminho até que a próxima porta se abra, seu conhecimentos sobre como é aquele lugar são praticamente nulos. Mesmo que o gancho com um ponto esteja pairando sobre seus ouvidos e mesmo que várias vozes sejam ouvidas ao mesmo tempo pelo próprio, não há nada mais importante do que abrir aquela porta. Surge uma cor enegrecida, quase não perceptível a não ser pelo fato de que tudo que é claro ficar escuro naquela luz e por coincidência você está usando uma camiseta branca.
O preto pode não ser algo muito agradável a nossa memória, pois tudo que é escuro e enegrecido atrai o ruim pela visão que mais domina o mundo(a cristã); porém, nos momentos de maior relaxamento de nossas vidas, o preto é o que domina, o preto é o que buscamos. Fecham-se os olhos e toda a clareza fica negra e sombria, vozes vem e voltam e o que mais se deseja é a calma e o descanso, um momento para não se pensar em nada. Nas noites mais escuras, todas a criaturas aproveitam para fazer o que gostariam sem serem vistas, como um profundo momento de liberdade.
Essa luz eloquente vem como uma praga que se manifesta em crianças do primário, te suga e te faz sentir um pouco menos de você mesmo. Seus sentidos se espalham pelo espaço-tempo, nada. Você abriu os olhos! Não! Não se pode abrir os olhos numa hora dessas! O que acontece com todo o resto? Era aquela a porta que te levaria pro melhor dos lugares.
A consciência humana é bem maior do que seus próprios atos. Um momento de deslize e toda a tragédia segue em sua direção, embora não haja tragédia suficiente para tal nome. Sua hábil consciência quer que você acorde dessa recaída, para parar de ceder àquilo que te chama.
Você abriu os olhos, defesa fenomenal! Agora é a próxima etapa.

17 de novembro de 2009

O cilindro mágico

Ela sente que tudo o que deve fazer é seguir. Sobe no prédio mais alto que pode, olha no horizonte e avista o próximo local pelo qual passará. Seus pés não vão se deslocar até o ponto onde ela traçou seu destino. A terra vai girar, e logo logo ela estará ali, querendo ou não. Como se pudesse existir algo que voa e não gira junto com a terra, e este algo completaria uma volta ao mundo em um dia. O objeto mágico, estava no horizonte ainda, e logo ela chegaria até ele sem gastar um só passo.
Aquilo tudo era muito maior do que uma menina. Como se faz para parar a Terra, os Astros e todo o Universo só pra você ter um tempinho pra pensar na sua vida e nas suas decisões? O que escolher. Por que escolhi? Ela sabia que até alcançar o objeto não restaria muito tempo pra pensar, pra se acostumar com a idéia. E mesmo não tendo tempo ela teria que seguir custando o que fosse custar.
A concentração era rarefeita pois logo surgiam aqueles pensamentos, revivia suas escolhas, suas ações e reações. O objeto já não estava mais no horizonte. Em poucos minutos estaria ali.
O que fazer quando suas idéias colapsam, suas forças acabam, e você ainda não encontrou a forma de parar isso tudo? Um suspiro fundo fez ela cantar suavemente até que o objeto a ouvisse: "Quero acordar disso tudo..."
Um brilho ofuscante começou a ser gerado pelo cinlindro mágico, era tão intenso que só se podia enxergar um imenso branco, um nada prenchido pelo vazio.
No dia seguinte ela acordou, levantou-se da cama e aquele cilindro estava ali, deitado sobre a escrivaninha. Mas desta vez haviam letras esculpidas em sua lingua materna: "Se queres que o mundo pare, o que sobra é um imenso e branco nada. Mas se queres acordar e entender, o que sobra é o tempo e o espaço para se decifrar. Bem vinda a realidade, aqui o tempo nunca pára e o espaço sempre muda, essa é a regra."
Ela decidiu. Ela decidiu ir em busca da razão da existência, ou algo que ainda não entendeu .Um bom motivo para reolhar o mundo.