24 de setembro de 2009

Neu

Buscar.
E os mais sábios dizem que basta buscar, seguir o caminho, passo a passo rumo ao desconhecido. Como ir a busca de um destino sem saber qual o caminho certo a se tomar? Posso parar nessa pergunta, estagnar, não tentar seguir o caminho da direita, nem o da esquerda, nem o da frente e o de trás. IUUUPIII!
Eu PARO? Só isso? Eu simplesmente canso de buscar e me acomodo no lugar mais cômodo cruzo as pernas, os braços e relaxo, infinitamente.
Ignorar os sábios não parece tão sábio. Ach so gehen wir an, versuchen wir etwas neu, unterhalten, schreiben, schreiben immer schreiben. Und es gibt immer jemand um etwas neu zu sprechen. Decido, não me acomodo ao cômodo, é por demais cômodo, irrita, me faz ofegar , mesmo durante uma aula de "mecânica". E toda essa sensação e atmosfera em volta, te chamando para o que é demais óbvio, mas não completamente aceitável. Procura, revira, volta, chama, grita, pelo amor de Deus alguém tem uma resposta!!?!! A marca da cabeça na parede começou a formar um buraco - contudo não desista - você chora, você grita, você corre, você canta o vento na janela do ônibus, e quando as pessoas andam na rua de mãos dadas é magnífico! Toda essa propriedade que existe em nosso corpo, ele só não se limita a deixar sua voz falar por todo o seu ser; o corpo comunica silenciosamente sua própria opinião das coisas - como se houvesse você dentro de você. E aquilo que não se pode falar com palavras ele fala sem elas. Aquilo que se pergunta ele responde. Um samba, uma bossa, algo suave que chega devagar e te detona por dentro, bienvenue ao resultado, a resposta da sua pergunta, ao esforço do seu trabalho.
Procurando a resposta das mais essenciais perguntas, procurando incessantemente a resposta para cada enigma apresentado pela sua vida, pela sua escolha, pelo seu futuro, procurando vai-se um dia encontrar a solução. Acredite, esse dia chega.
Agora mais do que nunca entendo a diferença do que foi trago por aquilo que me chama.
Finalmente.

18 de setembro de 2009

Crescer

A cima de mim mesma o que vejo é um vasto campo inundado de grama alta e cortante, qualquer lado que cresce em mim encosta no campo, me arranha, me feri. Cada momento de alegria é causa de um de tristeza, pois a alegria mostra que a dúvida mora no prazer da alma. O que me faz completa?
Percebo que ando em um caminho para uma encruzilhada, o que fazer? Esquecer, evoluir até minha completa exaustão. Se meu mundo é preenchido de pensamentos, de miragens do que estar por vir, o que me resta é fazer tudo aquilo em que acredito, aquilo que me respira, que me sulga.
Tentando ir fundo em cada olhar.
Meu medo é deixar que tudo me leve de mais, e que a partir de um certo momento eu não possa mais escolher; medo de não ter escolha, tudo fruto da minha imaturidade.
Imaturidade que mata. Queria ter sessenta anos, ver o mundo como um mar de lembranças que vem e vão, andar cada passo calculado pela minha experiência, escolher cada caminho pela minha memória. Sessenta anos para olhar os jovens com apreciação, para adimirar seu brilho nos olhos fazendo o meu próprio brilhar. Sessenta anos para não mais ter que me decidir sobre o futuro dos meus próximos quarentas, pois tudo é uma consequência dos últimos quarenta já vividos.
Me faço velha querendo ser velha, mas me faço nova querendo fazer do brilho que sou o que serei. O mundo é mesmo feito de contradições, e melhor tê-las do que não tê-las.
Melhor aproveitar cada segundo dessa constante indiferença, buscando a maior das diferenças. Cada passo em busca do novo é uma nova sensação nunca antes vivida, o suspiro acalma a alma e o choro me faz pensar que o mundo pode ser melhor só com as minhas preces, o sono acalma os ânimos, e os sonhos trazem aquilo que estar por vir no meu mundo.
Um acidente fatal gera dinheiro para os repórteres, talvez uma mudança brusca geraria a cima de mim um campo de nuvens, crescer não me cortaria, me deixaria somente mais próxima de mim mesma.

5 de setembro de 2009

Re-existir

E nós aqui. Tão cheios de si. Cheios de convicções e certezas do que está por vir. Coitados.
Deixamos o "eu ego" nos dominar, e em que isso nos enriquece, quais são os lucros de uma vida cheia de si? Se o próprio EU vai morrer a partir do momento que o coração não mais bater, a partir do momento que o cérebro parar. E a vida é algo tão frágil!
Mas tão tão frágil que inventaram um pedaço de ferro viajando a 400 km/h que arrasta essa vida em segundos. De novo me pergunto por que tanto ego-ísmo ? Se o que sobra de você mesmo é o que você deixou para as próximas pessoas, o que sobra de você mesmo é a parte que não foi para o seu EU maior.
Desde o momento em que encaramos o mundo como uma troca, de experiências, de lições, de conceitos, de sentimentos, percebemos que a grande questão está entre doar e se deixar levar pelo que o outro doa. A partir disso temos o surgimento das mais belas criações da natureza: o amor, a amizade, a paixão, a diversão, a família, a alegria, felicidade; pois de fato sozinhos não alcançamos nem 7% desses estados.
Desde o momento que vejo nas outras pessoas, não um pouco, mas muito de mim, passo a re-existir. E sem resistência começo a re-nascer. E renascendo a cada momento de troca não paramos de enriquecer, o nosso olhar, o nosso andar, as nossas reações perante as situações não muito agradáveis da vida.
Ideal da minha vida: re-existir em cada nova mudança gerada pelo mundo em mim.