26 de junho de 2009

Queria que o mundo parasse agora. Assim eu paro e observo cada detalhe, até o broto de grama que nasce entre os paralelepípedos da cidade. Por que ninguém se vê?

Olhar.
O sopro dos Deuses também nos deu olhar, pois olhos secos por si só são apenas um imenso
vazio incompleto de sensações.
O mundo não para, nada nunca para. Não vou parar de observar as gramídeas, nem de contemplar essa imensidão.
Nunca se é jovem de mais para perceber o que não é percebedido.
Nunca se é velho demais para ignorar o que já foi compreendido.

A essência é extremamente completa. Ninguém precisa forçar para tê-la. Só deixar. Seguir.

15 de junho de 2009

Mil

Percebendo que o mundo está aqui dentro.

Pois a cada momento me surge uma vontade diferente. Já disse que vejo as fitas?
E vem o meu canto, aquela mesma música de sempre:
"Tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor."
Nem há tanta dor assim, mas muitos sorrisos. Sorrisos passados presentes e até futuros.
Já cantei e toquei a melodia de tantas formas que descubro cada vez um mundo, de possibilidades, de sentidos, de eus.
E aí vou eu com a velha história de que um ser humano, é todo ser humano. Que o mesmo que há em mim, há na mendiga que encontro na rua todos os dias desejando-lhe bom dia.
O bom dia dela é melhor que o meu, isso porque ela encontra algo que eu não encontrei. E confesso que muitas pessoas no meu dia a dia também não o encontraram.
Quero ser mil. Quero ser apenas uma. Por enquanto sou só o murmurio das pessoas nas ruas, sou qualquer um que passa, o porteiro, a vizinha, a mendiga. Sou eles e eles um pouco de mim.

14 de junho de 2009

Recriando

O que eu estou fazendo?
Eu olho, e vejo, e me re-invento: com outras atitudes, personalidade, decisões. Como se a cada momento eu pudesse ser nova, algo que nem eu consigo ser. Mas consigo planejar.
Vejo os caminhos na frente de mim, vejo os traços deixados pelo tempo que farei. E esses traços vão seguindo caminhos e se cruzam aleatóriamente, como as fitas de uma ginasta. Coloridas no tempo. No espaço.
Isso a mim parece muito concreto embora eu saiba que não é nem um pouco. Por quê?
Tudo soa tão simples. "Vai lá e vive!". Tão simples que ninguém no mundo entende o sentido dos fatos, o porquê de viver, viver, fazer e depois pó. É evidente que há algo além, ou não?
O sopro dos deuses. Esse algo que nos faz abrir os olhos por intantes, e nos faz vivos. Porém, o tempo, o tédio humano, nos acostuma com o fato de viver, porque simplesmente qualquer um na esquina pode. O capitalismo não valoriza.
E assim eu paro e me pergunto, o que estou fazendo. E percebo que caí na armadilha do tempo, a vida já era tão comum que perdeu o rumo.
Continuo a me recriar, assim vou encontrar algo que me transforme e me tire dessa cilada. Existir. Não no sentido seco da palavra. Ser completo a todo tempo. Só assim funciona.

13 de junho de 2009

Cumprido

Necessidade.

Essa é a palavra correta. Às vezes me pego esquecendo as palavras como por exemplo bifurcação. Que, aliás, é uma boa palavra para o momento.
Isso é como uma forma de me liberar, de soltar o que tá querendo florecer.
Ainda não identifico.
Sei que vai acontecer, e não quero sentir isso por muito tempo.
Se te mandarem correr em direção a uma parede até bater nela você correria?
Eu correria. Iria bater nela, por um milimetro, mas não me machucaria.
Em certos momentos parece que o poder é meu, e em outros o poder é de vocês, como dizia o capitão planeta.
Eu vejo as coisas acontecerem e não faço nada, e ninguém faz nada. Isso me apavora.
O que eu estou tentando ser? Sei que é algo que ainda não é possível.
Por um segundo eu faço um zoom out, vejo a terra e eu aqui tão pequena. É completamente estranho. Não posso pensar muito nisso. Vou enlouquecer.

Prazer em conhecê-lo. Essa sou eu.
Descupe o excesso de fluxo de pensamento, é uma pequena demonstração do que estar por vir, e a melhor forma de me apresentar.

Até Breve