3 de outubro de 2009

É nesse ponto da vida :

Estou chegando nesse ponto da vida.

Em que a lógica da lógica do ser humano não faz mais sentido, sabe? É, eu sei que não sabe. Que o príncipio da vida não passa de devaneios da alma, momentos de felicidade, dedicação para viver do que se ama. Que o dinheiro pode ser tudo, e na maioria das vezes nada. Porque pra tirar um sorriso daquele rosto eu não preciso de dinheiro, pra rir da piada mais cafona e gargalhar da história de vida do outro eu não preciso de dinheiro. Para aprender a respeitar as pessoas, eu posso precisar de dinheiro, como educação. Mas respeito por respeito é uma questão de princípios, religiosos ou não religiosos, educacionais ou não, por fim, princípios intuitivos.
Matar não é bom e todo mundo sabe, não preciso da bíblia para saber disso, muito menos do dinheiro. Mas enfim como se vive?
Vi hoje um moço que andava na rua de vagar, devagar, a vagar. Não conseguia subir a rampa de 20 cm da calçada, eu ajudei, perguntei o que precisava. Simplesmente o seu destino era andar o mais longe que pudesse, um questão de 500 m, encostar no objeto mais próximo dormir e talvez ganhar uns trocados de uma alma piedosa. Era o começo de um mendigo, pois ainda falava e reclamava, pois ainda se vestia bem, sem sujeira suficiente. Podia ser meu avô, meu pai, eu. E assim, com uma renda de centavos por dia, como que se vive?
Uma questão de desejo, de vontade, porque eu quero quero quero quero quero! Eu querro ter uma casa, eu quero ter um carro, eu QUERO CONFORTO NA VIDA - é para soar como um grito. Por que você sempre quer algo? Eu quero um conforto nos momentos de tristeza. Eles já me convenceram que a tristeza é um constante da vida, e a felicidade ápices de emoção, acredito na verdade que haja algo ainda não identificado aí no meio, como uma feliteza ou uma tristicidade. Algo que paira pelo meio. Calmo, sereno, algo que permeia nossas vidas por tanto tanto tempo, que somos capazes de denominá-lo felicidade, ou até tristeza, ou nenhum dos dois. Contudo, em meios a uma solitária tristicidade, o conforto, que eu grito, acalma a minha alma.

Um dinheiro para eu poder ter uma cama, uma vida digna.
O resto sou eu mesma quem faz.

2 comentários:

  1. Engraçado... tenho a nítida impressão de que já assumo para mim uma vida de merda... quando me pego pensando nessas questões eu discuto comigo mesmo coisas como... o que vale a pena, correr atrás do meu sonho de mochilar por aí sem nada a temer ou dever ou fazer, ou terminar a faculdade e "Ser ALGUÉM" (grifado)??
    Decido que vale a pena correr atrás do meu sonho... e percebe que até para se viver sem dinheiro, é preciso ter dinheiro.
    Fiquei triste com isso... é (com o perdão da palavra) f**a...

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  2. Uma pena a impossibilidade de viver de poesia, só. Sei como é... Bjs

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