29 de abril de 2011

Afônico

Muda,
me usa para descaber no seu peso,
iluda a lembrança que te come os pêlos,
Ambivalência nos pólos da alma.

Inunda essa casa toda, chora
sobre o meu colo, de que vale teu solo
se não consegues destemer a solidão aflita.

Clareia o olhar, abre nossos cubos de tédio
seja apenas médio, nada acima nada abaixo,
conduza-se pelo mesmo penhasco
sem titubear as pernas.
Sem apertar o passo,
Mantendo a ilesa graça
O sorriso místico
e aqueles segredos inabitados.

Se teu amor me vale,
acredito ser o meu desleixo a causa
dessa enorme água brotando sob os pés da cama.
O teto que desprende
é a força do que não me engana,
Sólido desconforto
permeando as várzeas
dos encontros.
Afinal,
é este o ponto.


Um comentário: