14 de novembro de 2011

É pelo Grito

Pelo grito, derrubo alguns dilemas sobre o chão e abraço a causa de inúmeras nações. Opto por ver o riso dinamite das crianças enquanto cantam, ao invés dos títulos, dos apegos materiais e do ócio entorpecente das festa. Por esse grito que choro horrores ao ver o bem-te-vi no parapeito da minha janela, porque não é todo dia que ele resolve repousar ali, e não é todo dia que estou ali olhando pra fora. Repito, re-escrevo e amasso as folhas virtuais de letras que só piscam na tela pela eletrônica dos leds e cristais líquidos da tecnologia. É pelo grito que eu gemia ao ver a tua mão tocar a minha pele sem que houvesse amor antes do beijo. É no grito que o desejo é carne. E que a fúria é sangue. É na adrenalina que sobe e anestesia as preocupações e as dores do corpo. Porque é com o grito que ouço mais, e tateio mais, e as cores supersaturam na retina dos acontecimentos. É por ele que as idéias adormecem no assoalho da alma, a espera do momento inusitado e fértil de realizar os inúmeros planos.

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