6 de junho de 2011

Rastrear

Me persigo sobre o balançar ligeiro da estrada, não consigo desacelerar a depressão que se instala. Meu ego cava a decoração que havia pelo interior, retira os brincos, as luvas, o salto, surra as calças, e mais do que tudo, me convence de esquecer as profundezas criativas do meu ser. Todavia, a medida que a hora passa, e não mais se enxergam os argumentos, no corpo circula sangue, o olhar se abre na única tarefa de estar, ali, inteiro, e mais nada. Ao circular dos excrementos expelidos pela alma lúcida e despretensiosa. Afogo-me no cálcio ingênuo, vou polir novamente o que arranhou nas asperezas da surra. Entro nas sub-rotinas da informação até exalar o cheiro que tem o chão pisado do centro da cidade. Excentricidade das nossas órbitas binárias, ainda há cores quentes na dança das estrelas frias, espectros de emissão entre as lânguidas asias do meu excessivo critério. Me cativo de ter cativeiros e sumo da luz de fundo que anisotropicamente alucinam os estudos desses físicos teóricos surdos. Acelero o tórax para despressurisar a busca, alivio a interna aflição com algum suor de bicicletas rápidas e pulo mais alto que uma pulga d’água para caber no enterro dos meu últimos dilemas. Para deixar de transformar desejos em problemas, e me sobrar deitada olhando para o universo, amolecer os dentes da vaidade. Escorregar sobre as dobras do espaço-tempo. Soprar um pensamento livre. E partir do lugar onde as confusões predominam, para habitar os nervos que se recombinam na leve busca de um sonho. Uma estrada. Muitos passos para se dar. Uma vida.

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