3 de julho de 2013

Pelos dias que estamos vivendo...

Aos dias de hoje, meu encanto, meu choro minha tosse, meu medo
As aspas que não aguento colocar sobre os relatos de quem pede abrigo,
Mas hoje os abrigos são maiores, não tanto casa teto concreto e flores.
Abrigo é um conjunto de forças de perseguidores de afetos
Abrigo é todo mundo por perto torcendo pra que dê certo essa tal enxurrada urbana.

As caladas das noites, a fumaça de um governo que tosse,
Eles tossem e eles nem receberam a fumaça que recebi na rua em emboscada.
Eles se orgulham de ter mansões e eu feliz por comprar um guarda-roupa de madeira.
Dinheiro que a gente junta e sente o trabalho,
dinheiro quente de noites de insônia de repensar, pensar, pensar,
Afinal pra onde estávamos indo mesmo?
Do que estamos falando mesmo?
Porque estamos lutando mesmo!?

Se disserem que é por mim não é, não luto por mim,
Não quero o meu melhor, não queremos o nosso melhor,
Se não, não nos desgastaríamos com isso.
Pra nós, não é ego. É caráter, é dignidade.
É não aguentar ver a pirâmide
sendo sustentada por muitos (que beiram a morte)
E 5 famílias a comer cereja sobre o chatilly das termas.
"Meu filho, por favor, deixe me apresentar essa puta?"
"Todos os político, como eu, comem putas."
"E sua mãe fica em casa a me esperar."
"Não comerei sua mãe, ela foi puta mas não é mais."
E a mãe desse filho do político
que em breve exercerá um cargo político
está em casa coberta de vestidos com preços de carros
a olhar na internet a próxima viagem a próxima fofoca global

Por mim, exterminaria, como quem diz exterminar o tráfico da favela
Exterminaria esses homens de poder e putas (nada contra as putas)
um por um, a olhar nos olhos e dizê-los
"adeus, meu bem, você não merece esse mundo"
E morrendo como a família de Hittler eles sucumbiriam.

Ditadura minha achar que cabe a mim tanto juízo,
Mas sinto um mel de raiva descer aos lábios enquanto
saboreio o doce sabor da revolta.

Ofereci-me para matar o governador
"Esse eu mato, e não me importo levem me presa!"
Ou fugirei como Assata Chakur
talvez morta na primeira imigração ilegal
mas de que importa, não tenho filhos.
Talvez se tivesse nada pensasse e seria igual a todos
Todos que dizem: preciso alimentar meus filhos
E os filhos desses repetem o mesmo.
E ora ora, aqui estamos de novo!?
Na mesma pirâmide.

A morte não me parece o pior,
nem a dor, não que devamos morrer e doer,
mas que super-valorizar a vida às vezes dá num
acomodo profundo.
Um bando de acomodados.

Falemos de vida como verve, como força motriz
como chão, como raiz.
Vida que seduz e arranha,
Vida de suor.
A vida do capital-doentemente lucrativo,
de nada ajuda.
Do conforto financeiro, de nada ajuda.
Da meticulosa matemática dos gastos,
de nada ajuda.

A vida é o olho no olho do outro.
Experimente olhar no olho do outro,
de todos que cruzar as ruas. Por 2 minutinhos, por favor.
Verás ele, verás a ti. E não saberá dizer quem é quem,
Pois no fim:
somos todos os mesmos.

E me pergunto, no fim desse bagunçado desaviso,
Por que não podemo ser de verdade?

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